névoa na
manhã
corruíra em seu ninho
no mesmo lugar
ágil na
calçada
caminha de bico sujo
o joão-de-barro
calor de
verão
a trabalheira que dá
ter essa preguiça
chuva de
verão
com as roupas encharcadas
lembranças de
infância
lua-desta-noite
como os poetas a vêem
no Templo
Busshinji?
velho
casarão
os crisântemos florescem
também no
abandono
sol entre
folhagens
o canto de uma araponga
pela mata
toda
silêncio em
casa
nem estas chuvas de março
prendem o piá
a lua de março
—
caminho na trilha entre
folhagens prateadas
chuvisco de
inverno
só tenho disposição
para o silêncio
dia úmido e frio
—
a falta que faz em casa
o fogão de lenha